terça-feira, 8 de outubro de 2013

O Deserto Vermelho

Breve narrativa para apresentar uma característica geográfica que eu criei pra minha próxima campanha. Espero que gostem.

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O Deserto Vermelho
Tema: http://zip.net/bjk7cB

Longos foram os dias em que Rahman cavalgou pela face incandescente do deserto vermelho. Agora, ele só tem forças para se rastejar pateticamente pelas areias escaldantes. Seu cavalo, um belo alazão criado nos vastos campos de Attasia, caminhava lentamente ao lado de seu corpo, que ainda insistia em rastejar como um verme. Lembranças permeavam a mente do homem enfraquecido. O nome dos homens que os traíram, forçando-o a fugir sozinho pelo inferno que é o deserto vermelho, ecoam em sua memória como tambores.

As recordações odiosas que contrastavam com o desejo de saborear o inebriante gosto da vingança, geravam energia para que Rahman conseguisse se manter vivo. No entanto, a morte timidamente se aproximava do nômade moribundo, exibindo cada vez mais as suas garras horríveis. Abutres já sobrevoavam a sua carcaça no céu, ansiando por tal momento, e assustando seu fiel e único companheiro. Kathar, seu cavalo, fugiu rumo ao sul, deixando suas pegadas marcadas nas areias do deserto, que logo seriam cobertas pelo vento.

Não muito tempo depois, as aves negras investiram traiçoeiramente sobre o corpo de Rahman, mas bastou que ele reagisse contra as mesmas, gritando em desespero, para provar que ainda não estava morto. No entanto, os bicos dilaceravam lentamente sua carne enfraquecida, até que, finalmente, Rahman se entregou exausto às areias escaldantes. Com a garganta seca e o corpo entorpecido, o nômade desmaiou, mergulhando em pensamentos obscuros da morte eminente. As plumas negras de seus algozes, caindo lentamente ao lado de seu corpo quase sem vida, fora a última visão que os Deuses do deserto concederam ao pobre homem.
Em breve, não passaria de uma carcaça podre de mais um desafortunado que tentou cruzar a imensidão o deserto vermelho.


“Certos místicos afirmam que o sol é o olho de Deus. Se assim for, os homens podem abandonar sua fé e perder a esperança por dias melhores, pois há pouca piedade nesse ardente globo escarlate.”

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