sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

"O Pacto"- Conan RPG

Cena icônica da campanha. Ocorreu na primeira sessão de jogo, e apresenta a personagem Elen Daros apelando para um pacto demoníaco em troca dos conhecimentos ocultos e da capacidade de manusear as artes místicas. Segue abaixo a cena...

Ps. O desenho foi feito e pintado por dois jogadores da mesa, exclusivamente para a cena. Créditos a Danillo Schimidt e Daniel Xavier!


(...)

"O Pacto"
Tema: http://migre.me/hbhXo

A beleza da jovem contrastava com o ambiente sujo e degradante ao seu redor; Um celeiro abandonado, envolto por um campo destruído em uma das muitas invasões Poitainianas ocorridas em dias passados. O lugar fedia a umidade, podridão, urina e esterco. A luz alaranjada do fim da tarde vazava pelas escoriações na madeira da construção desgastada. O nome da bela jovem era Elen Daros, e ela tinha sérios motivos para estar ali... Motivos que mudariam o rumo de sua vida para sempre.

Após posicionar, inutilmente, incensos perfumados para amenizar o fedor do ambiente, Elen parou de perder tempo. Usou pó de giz para desenhar um símbolo no chão, colocou um punhal em seu centro e espalhou velas específicas pelo local. Cruzou os braços e observou o trabalho que havia feito por alguns segundos. Seus olhos se perderam nas chamas velas, mas não tardou em retornar para realidade. A noite havia chegado e, com ela, a escuridão solitária daqueles campos devastados que circundavam o velho celeiro.

Elen removeu o pano envelhecido que cobria os antigos manuscritos que carregava. Manuscritos remanescentes da antiga Acheron, escritos por diabolistas cujos nomes se foram esquecidos pelo tempo. A fim de oferecer seu corpo, caso fosse necessário, Elen se despiu, exibindo suas belas curvas. Antes que a fina túnica de seda tocasse o chão imundo do celeiro, mais uma vez, o pensamento de Elen se perdeu, enquanto seu olhar encarava fixamente as escrituras que carregava. Seus olhos refletiam as luzes das velas, como se fossem tochas brilhando na noite. Após o breve momento de reflexão, sua voz convicta finalmente quebrou o silêncio, proferindo as palavras dos manuscritos.

O vento começou a soprar mais forte, apagando parte considerável das velas posicionadas sobre o símbolo, mas Elen não deteve sua fala. Os manuscritos ainda eram lidos em voz alta, e o ambiente ao seu redor mudava aos poucos. A noite se estabeleceu por completo, e apenas uma única vela restara acesa, quando a última palavra escapou da boca de Elen. A leve penumbra causada pera única vela ainda acesa, não era o suficiente para se enxergar celeiro completamente, no entanto, Elen não precisava disso para saber que não estava sozinha naquele momento. Uma estranha presença era sentida...



Os olhos vermelhos estavam lá, no fundo do celeiro, encarando a jovem. Quando finalmente percebeu a silhueta sombria que denunciava as formas horrendas da criatura, Elen agradeceu internamente por não consegui-la enxergar com clareza. O tronco, assim como a cabeça, era humano, mas alto e esquelético, os braços eram compridos e os olhos brilhavam intensamente. A criatura se movia lentamente, e o seu rastejar não deixou dúvidas, quanto a sua outra metade; Uma grande serpente. De fato, exatamente como os manuscritos nas mãos de Elen descreviam este ser demoníaco, chamado pelos Acheronianos de “Lamia”.

Elen estava assustada demais para falar qualquer coisa, ela apenas encarava as formas grotescas da criatura envolta em sombras. O silêncio imperou por um bom tempo, mas foi quebrado por uma voz grotesca. A voz era feminina e rouca, como o sibilar de uma serpente. Ela disse:

-Quem me traz de tão longe? _A frase foi dita no idioma dos manuscritos que estavam na posse de Elen.
-Elen Daros! Do que posso lhe chamar? _Elen respondeu com a voz trêmula.
-Hm... Me chame de Mestre! _Respondeu o horror invocado, com seu olhar hipnótico vidrado na jovem assustada.

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