segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

ATO 25 – UMA PERIGOSA SOLUÇÃO

ATO 25 – UMA PERIGOSA SOLUÇÃO
Zafar finalmente retornou das montanhas, e com notícias que preocupariam a nobreza Attasiana. O Shemita atravessou os campos de cultivo rumo a mansão, para encontrar Arcadio no salão principal. O jovem havia acabado de retornar de uma conversa estressante com seu pai. Zafar explicou que encontrou um ponto cego nas montanhas, por onde os Pictos estariam chegando a Attasia. Ao que parece, a oeste das montanhas, as selvas Pictas se conectavam aos seus pés. Os Pictos não chegavam as montanhas pelas planícies, mas pelas próprias selvas, e por isso não eram percebidos até estarem lá. Preocupado, Arcadio levou Zafar ao terraço para encontrar Akuji, que viajava a mansão lá de cima. O filho do Conde conversou com o homem negro, sobre o lugar de onde ele chegou até a Zíngara.

Obs. Balthus e Akuji contornaram as fronteiras oeste (Aquilonia) para chegar até a Zíngara. As províncias fronteiriças, que divide os civilizados aquilonianos dos demônios pictos.
Akuji conversou com Arcadio sobre o inferno que os colonos da fronteira viviam nas mãos dos selvagens, e Arcadio viu uma possibilidade de aliança. O lado político do jovem nobre aflorava aos poucos, ele começava a pensar como um verdadeiro governante.  Se esta província (Thandara) era, realmente, atacada frequentemente pelos Pictos do clã pantera, isso significa que Attasia e Thandara tinham um inimigo em comum. Balthus estava infiltra entanto, Zafar acrescentou muito na reunião improvisada, fortalecendo a ideia de aliança proposta por Arcadio. Os Pictos avançavam aos poucos, e as montanhas logo estariam infestadas, se deixassem a ampulheta do tempo derramar sua areia. Definido Arcadio se prontificou a falar sobre a ideia no conselho que ocorreria aquela noite.

O medo tomava conta do coração de todos, por mais que se recusassem a admitir. Se o conselho aceitasse essa aliança, uma viagem perigosa por terras selvagens ocorreria. Uma viagem onde muitos, provavelmente, não retornariam.


ATO 26 – A ALIANÇA DE SANGUE
Elen perambulou pensativa pelos corredores da mansão, até chegar a porta dos aposentos de Antillio. O ancião a recebeu mais uma vez, com um sorriso nos lábios. Permaneceram boa parte da tarde conversando, para Elen ser direta como nunca fora antes. Elen confessou saber que Antillio era um feiticeiro (mesmo sem saber realmente). Antillio sorriu desconcertado, acusando o golpe. E, antes que falasse algo, Elen propôs uma aliança, já que ambos sabiam o segredo um do outro e, possivelmente, estavam do mesmo lado. Antillio sorriu e aceitou, mas pedindo algo em troca. Elen ofereceu informações, mas Antillio negou, pedindo por atos. O ancião exigiu a morte de Bartolo. Elen se assustou, mas Antillio prosseguiu, dizendo que o via como uma ameaça, e prometeu a vingança de Elen e uma aliança caso a mesma topasse. Elen aceitou antes de deixar o aposento, seguindo para o templo a fim de estudar a rotina do sacerdote.

ATO 27- ABRIGANDO O PERIGO
Arcadio, que informava a todos a respeito do conselho, estava no templo conversando com Bartolo, a respeito de Antillio e Elen. O sacerdote não via Elen como uma ameaça, mas como uma futura vítima de Antillio, e pediu para que Arcadio a convencesse a ficar no templo. Bartolo queria mantê-la longe das garras de Antillio, e a Arcadio consentiu com a ideia do sacerdote. Mais do que isso, Arcadio revelou a Bartolo suas intenções de levar Elen ao Forte Thandara. Ainda naquela tarde, Elen recebeu a visita de Bartolo, e aceitou com entusiasmo. Ela estava bem próxima de firmar a sua aliança com Antillio, e Arcadio nem suspeitava disso.

Zafar se lavou e descansou durante o resto da tarde, e Balthus ainda estava na primeira ala, buscando por algo que o levasse a descoberta de outro suposto motim. Elen buscou suas coisas e levou para o templo, enquanto Arcadio terminava de avisar a Antillio e Temístio a respeito do conselho, que aconteceria ao anoitecer.

ATO 28 – O CONSELHO DEFINITIVO
O conselho definitivo se iniciou ao anoitecer, e seu início foi marcado por uma discussão entre Antillio e Arcadio. Ambos usam de palavras ríspidas e afiadas. Arcadio tentava minuciosamente, acusar Antillio de traição, mas o ancião se esquivava como uma serpente, usando sua língua afiada. No fim, a guerra de palavras foi contida por Devante, que resolveu tomar a palavra, revelando todas as verdades que guardou por tantos dias. Todos se voltaram para o regente, enquanto ele se levanta para falar.

“Tudo bem, vocês querem a verdade... Pois lhes darei a verdade! Sabem por que eu fui a capital no mês retrasado e demorei semanas lá? Sabe por que já fazem dois meses que as moedas não chegam? Sabe por que o pedido de mais soldados foi ignorado? Simples, homens... Oliviero está morto! Foi envenenado em seus aposentos. Quando soube da notícia, parti imediatamente para a capital, a fim de zelar por seu corpo e pela proteção de sua filha. Oliviero era muito supersticioso, me fez prometer que eu queimaria seu corpo quando isso acontecesse, e eu parti com estes propósitos. As cinzas de nosso rei enfeitam a corte dentro de um belo vaso agora. Quanto a Chabela? Oliviero não tinha filhos, nenhum herdeiro ao trono. A garota ficaria a mercê dos filósofos e do magistrado, no entanto, algo que ouvi me deixou inquieto lá em Kordava. Rumores dizem que a morte de Oliviero foi arquitetada por membros da alta nobreza, que planejam o poder da Coroa. Exatamente, senhores, transformar nosso país em uma República, onde um conselho de nobres, liderado pelo magistrado, rege. Temendo pela vida de Chabela, organizei seu exílio. A jovem está bem longe da Zíngara agora, sob os cuidados do Lorde Villagro, um dos poucos em que posso confiar na capital. Se não pude proteger meu rei, protegerei sua filha, e rezo a Mitra todas as noites que esses tais rumores sejam falsos, pois se nobres desejam realmente mitigar os poderes da família real para se manterem no controle da Zíngara, uma guerra civil rasgará esse país no meio.
As cartas que ando enviando dos meus aposentos, são para contatos de confiança na capital, que andam me informando de tudo. Um deles, e o mais importante, é Amphélio (filósofo e ex-conselheiro de Oliviero). Em suas cartas, nada me foi confirmado até então, mas suspeita-se que seja real. O magistrado detém todas as finanças da coroa, isto é, ele teria condições para reembolsar as cidades que eram gratificadas por Oliviero. Por que não o faz? Amphélio acredita que apenas as cidades regidas pelos Condes de Barões que se afiliaram a essa cabala estão sendo ressarcidas. Se isso for verdade, permaneceremos sem as malditas moedas, pois eu não mancharei o nome da minha terra, ajudando a colocá-la sob os domínios de nobres corruptos, que talvez tenham tirado a vida do regente a quem fui mais fiel em minha vida. “.

A notícia choca a todos. Bartolo questionou como Florencio permitiu isso (Duque Florencio é o líder do magistrado, e suspeito de organizar essa cabala, que pretende dar inicio a República na Zíngara). Devante não conseguia responder, ele dizia que Florencio sempre foi muito devoto ao reinado de Oliviero, tanto que assumia a posição mais importante na hierarquia da corte, abaixo da do próprio Oliviero. É uma honra imensurável ser líder do Magistrado (uma posição de muito poder). Temístio apoiou a decisão tomada por Devante, de salvar a jovem Chabela e fazer a vontade de Oliviero, mesmo após sua morte. O conselheiro acrescentou com um pensamento assustador: Ele diz que, de fato, se isso estiver acontecendo, cidades guerrearão por caprichos de seus nobres. Os que se mantiverem leais a monarquia e ao reinado do falecido Oliviero, nunca aceitarão um novo sistema de governo, principalmente liderado por homens que tiraram a vida de seu amado Rei. Obviamente, isso tudo pode ser uma teoria conspiratória, no entanto, era preciso ser bem íntimo de Oliviero para conseguir envenená-lo em seus próprios aposentos.

Arcadio, ainda em perseguição com Antillio, perguntou se esses rumores chegaram à cidade de Jerida. Antillio, no entanto, não soube responder, pois estava em Attasia há mais de dois meses...

Mesmo ainda chocados com a notícia, a pauta a respeito dos Pictos foi puxada por Arcadio. Apesar de todos os rumores a respeito desse levante oligárquico, o jovem Arcadio temia agressivamente uma invasão Picta, e queria se provar como um bom guerreiro, indo até o Forte Thandara e propondo uma aliança. Devante permitiu que o filho partisse por entre as selvas Pictas rumo ao forte, para representa-lo em um pedido de aliança. Acrescentou, dizendo que mandaria (pela parte oeste do Rio Negro). Arcadio e seus retentores chegariam 15 dias antes, para propor a aliança, e, alguns dias depois, os soldados chegariam para encher os olhos dos colonos. Devante acreditou na decisão de seu filho, apesar de achar perigoso que ele se arriscasse em terras selvagens.

Arcadio aproveitou o conselho para anunciar que levaria Elen com ele. Muitos desaprovaram, inclusive o próprio Temístio, dizendo que ela se tornaria um fardo na viagem. Afinal, uma mulher tão frágil em terras tão inóspitas? Mesmo assim, Arcadio defendou o fato de que ela seria extremamente útil em Thandara. Além disso, Arcadio também revelou que não precisariam de montarias. Afinal, os Pictos são excelentes mateiros, portanto, cascos pesados naquela selva soturna poderia atraí-los de longe.

Devante deu um dia para que Arcadio pudesse avisar a todos e conseguir as provisões para a viagem. O conselho foi encerrado e todos se dispersaram. Temístio seguia para os aposentos de Devante, onde o auxiliaria na carta que ele enviaria para Minoria, a fim de fortalecer a aliança do Norte da Zíngara, contra essas supostas verdades da Capital. Nos corredores, Arcadio interceptou Temístio, e pediu que o filósofo colocasse homens de confiança vigiando seu pai. O filho do Conde temia deixa-lo por perto de Antillio, principalmente com esses rumores de que Oliviero foi envenenado. Após a conversa, Arcadio se refugiou em seus aposentos, e se entregou ao sono para procurar seus retentores, Balthus, Akuji e Elen no dia seguinte. Arcadio queria manter a jovem Elen longe do condado, assim como usar de sua boa lábia como uma arma em prol da aliança com Thandara.


Dia 14 de Krinisa (Mês 08 ; Mês do Raio) de 1163

ATO 29 – SANGUE NO TEMPLO
No templo, isolado em uma área da segunda ala, Elen já se aprontava para dormir, quando ouviu a porta bater (Bartolo retornando do conselho). Já era madrugada, quando o sacerdote retornou. Respirou fundo na cama, e esperou até que ouvisse a porta de seu quarto. O sacerdote apagou as velas com um abafador e seguiu para seu quarto. Elen ouviu a outra porta bater ,e esperou mais uma hora, a fim de pegá-lo durante o sono. Após o tempo determinado, a jovem caminhou a passos furtivos pelo corredor, até o pequeno cômodo onde o sacerdote dormia aos roncos... Ergueu um punhal sobre seu peito, fez uma rápida prece a sua mestra (a entidade demoníaca), e desceu o punhal, perfurando o peito de Bartolo.



O sacerdote acordou durante o ato, segurando as mãos de Elen, mas a jovem desceu o punhal até seu ventre, dilacerando-o até a morte. Bartolo gargarejou o próprio sangue, enquanto sua vida se esvaía aos poucos. Elen chegou a encará-lo por alguns segundos, até que finalmente, a morte chegou. O sangue se espalhou pelo assoalho, pingando da cama, e Elen removeu o punhal. A fim de não ser incriminada, Elen destruiu ambos os quartos (incluindo seus pertences) e se feriu no ventre com o mesmo punhal. Elen se jogou ao chão pressionando sua ferida, onde permaneceu até ser encontrada, no dia seguinte.

...

Naquela manhã, Arcadio se reuniu com, Akuji e Balthus, afim de passar ao Aquiloniano o que ficara decidido na noite anterior. Balthus, obviamente, achou tudo uma loucura. Ele não achava nada prudente atravessar as terras além do rio negro, mas assim o faria, se fosse solicitado. Mas, claro, não sem antes pedir a benção de Bartolo para a viagem. Zafar estava na primeira ala, comprando as provisões necessárias para a viagem. Balthus, Arcadio e Akuji seguiram para o templo, pra encontrar sangue e morte. O filho do Conde correu para procurar por Bartolo junto com Balthus, enquanto Akuji tentava reanimar Elen...

Akuji averiguou o ferimento, assim como a desordem no local, e tudo que conseguiu constatar foi que Elen tinha sorte de estar viva. Balthus ficara incumbido de buscar os soldados para fechar a área. Após um breve tempo, todo o templo estava cercado de soldados, incluindo Zafar e Balthus, que haviam retornado. Elen já estava acordada, e contava “o que havia acontecido” a Zafar, Akuji, Balthus e Arcadio. A jovem disse que acordou com o barulho, e foi apunhalada na escuridão. Ela não viu quem o fez, mas pressionou seu ferimento até desacordar.  Quase todos, inclusive Arcadio, acreditaram nela, mas Balthus, tinha suas dúvidas.

Balthus, mesmo em choque, permaneceu lá com os soldados, cuidando do corpo do sacerdote. Zafar foi até a primeira ala, dar a péssima notícias aos Acólitos que tinham aulas de escrita com Bartolo. Elen, em uma perfeita atuação, chorava pedindo a Arcadio para não voltar a mansão, pois temia Antillio. Acreditando na mesma, Arcadio pediu que Akuji a levasse a estalagem das sete velas, e seguiu para a mansão a fim de avisar a todos sobre o ocorrido.

ATO 30- OS PLANOS PROSSEGUEM...
Na mansão, Arcadio reuniu Devante e Temístio para dar a triste notícia. O filho do Conde despistou Antillio, por acreditar que ele tinha um dedo nisso tudo. A notícia arrancou tristeza e desespero dos semblantes de Temístio e Devante. Temístio pediu que Arcadio não fosse a Thandara, mas ficasse para auxiliar seu pai, mas Devante insistiu que Arcadio fosse. O Conde sabia que Arcadio precisava se provar, e que ele, como líder, teria de lidar com isso sozinho. Este era um fardo que pertencia somente ao Conde.

Arcadio agradeceu o apoio de seu pai e deixou seu cômodo, caminhando pelo corredor com terror na alma. Temístio o seguiu. Arcadio, em uma conversa particular com Temístio, foi além nas acusações de Antillio, acreditando que ele estaria por trás, também, do desaparecimento de Galbro.

Havia passado pouquíssimas horas desde que o corpo foi encontrado, e muitas já eram as teorias criadas entre os envolvidos na remoção do corpo. De qualquer forma, o que importa, era que Bartolo estava morto. Morto de uma forma brutal! Mesmo após todas as provisões para viagem terem sido adquiridas, os viventes da mansão e membros do conselho teriam um dia cheio. Mais um dia de tristeza em Attasia...

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