sábado, 20 de abril de 2013

Ecos da agonia


[Matheus Marraschi]



Confiram abaixo uma cena tentsa que ocorreu em minha mesa de jogo. Fiquem a vontade para aproveitarem o que quiserem na mesa de vocês. :)

Ps. Confira essa narrativa antes, para entender melhor a postada aqui: http://migre.me/ecrUv




(...)

“Ecos da agonia”
Tema: http://migre.me/ecrK7

A comitiva seguia pelas estradas que cortavam a grande e gélida cadeia montanhosa denominada Uruk Nasad. Lanseril Manto de Neve guiava duas pequenas guarnições que, juntas, procuravam qualquer caverna que desse acesso ao interior labiríntico das grandes montanhas. Uma das guarnições era dos cavaleiros dragão púrpura, soldados Cormyrianos liderados pelo bastardo Donovan Wyvernspurr. A outra era a aliança do escudo, liderada pelo mago Azrael Magloar, herdeiro do sangue de Azamir. Já estavam iniciando o terceiro dia de viagem na imensidão congelada de Uruk Nasad, quando o segundo soldado sucumbiu ao frio intenso. O corpo pálido do nobre cavaleiro amanheceu pálido e sem vida, semi coberto pela neve que avançava com o vento. Após uma breve oração de Rodgar (o sacerdote da aliança do escudo), o corpo do soldado fora deixado em seu leito.

Caminhavam de forma cautelosa por uma estrada de dois metros de largura que circundava as grandes montanhas. Do lado direito, um paredão de gelo e pedra irregular que se estendia até onde os olhos enxergavam e, do lado esquerdo, um abismo que certamente os levaria para a morte. O forte vento soprava nas pedras pontiagudas anunciando a sirene da agonia, eles não sabiam que o pior ainda estava pior vir. Tardou, mas chegou! Pouco mais de 3 horas de viagem após o levantar do acampamento, abalados e cansados, a grande comitiva se viu encurralada por uma estranha revoada. Oito répteis alados, dançando pelo céu e exibindo suas asas similares a mantos envelhecidos. Garras ameaçadoras nas patas traseiras, um couro aparentemente rígido e ferrões presos às caudas, capazes de atravessar um corpo mortal. Eram Wyverns, e seus gritos roucos e monstruosos de intimidação faziam a grande montanha trepidar.

A comitiva, que se via espremida na estrada, caminhando enfileirada, nada cogitou a não ser fugir o mais rápido que pudessem a procura de um abrigo. A tentativa pífia de fuga, causou uma desordem onde um atropelava o outro e isso facilitou a investida aérea das criaturas horrendas que, em pouco tempo, já haviam agarrado dois soldados (fincando as garras em seus ombros) e os soltado no abismo. Os gritos desesperados dos homens afundaram no precipício, deixando para trás apenas o eco da agonia. Azrael, desnorteado, usava de suas magias para impedir que seus companheiros da sociedade do escudo fossem arrastados pelos répteis, e Lanseril usava de uma intensa luz emanada de seu bordão retorcido para dispersá-los ou espantá-los.

Os outros soldados, encurralados, se abaixaram contra a parede, usando os escudos para evitar serem abocanhados. Angus e Donovan foram gravemente feridos, o grandalhão fora abocanhado no ombro e teve o sangue escorrendo por todo braço até pingar pelos dedos. O franzino Donovan sofrera um corte do ferrão em seu abdômen, forte o suficiente para resvalar sua armadura e deixá-lo em um estado de quase inconsciência. Ninguém ali pensava em outra coisa, senão fugir, com exceção de Galdor. O nobre soldado protegia o que restara de seus companheiros, balançando freneticamente sua espada na beira do abismo a fim de acertar qualquer coisa que se aproximasse. Foi nesse ato corajoso e inconsequente que sua lâmina tocou intensamente o rosto do grande réptil que avançava contra o corpo caído de Donovan, salvando a vida de seu líder. O grito de dor do Wyvern ecoou de forma estridente, mas Donovan fora levantado por outro soldado chamado Galahad, e posto a correr ao lado dos outros que buscavam um abrigo.

Galdor permaneceu até que seu último companheiro deixasse o território dos Wyverns, mas antes que pensasse em correr, fora perfurado por um ferrão em seu ventre. O sangue desceu como uma cachoeira pelas pernas, tingindo a neve. Metade de seu corpo fora, imediatamente, adormecido por um forte veneno. Galdor tentava usar sua espada como muleta para se manter de pé, mas a perda de sangue somada ao avanço do veneno colocou o cavaleiro a mercê da morte. Deitado em seu próprio sangue, observando os vultos alados com uma visão turva, Galdor simplesmente aguardou pelo pior enquanto o resto conseguia uma gruta para se salvar. Após se espremerem na pequena gruta, o estado de choque não os permitia falar, portanto, apenas se entreolharam na escuridão. Haveria um momento para chorar por Galdor e os outros soldados arremessados montanha abaixo, mas não era esse. Nada mais sobrara para os dias vindouros, senão a pouca comida, o frio intenso e os gritos de terror dos companheiros mortos em um massacre, que permearia nas mentes atormentadas por muito tempo.

Uruk Nasad mostrava que tinha muito mais perigo a oferecer do que o frio intenso do inverno profundo. E a morte se aproximava a passos largo, os levando um a um...

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