quarta-feira, 4 de abril de 2012

Narrando - A morte provisória do personagem

Perder o personagem pode ser algo trivial para alguns ou um acontecimento dramático para outros. A questão é que todos morrem e isso não é diferente nos jogos de RPG. Até mesmos os deuses e os imortais, de qualquer natureza, um dia morrerão de uma forma ou de outra, mais cedo ou mais tarde. Por mais que o mestre queira adiar, irá chegar o momento, mas não necessariamente, precisa ser algo permanente, pois o narrador poderá se valer do ditado que diz: " Todos merecem uma segunda chance", em jogos de fantasia, isso é mais comum do que se imagina.


A forma mais clássica de enganar a morte é através de algum processo de ressurreição. O personagem poderá ressuscitar através de uma magia especifica com o nome mais obvio, ressurreição, ou através de um desejo. Ressuscitar um companheiro de aventuras, geralmente, envolve um processo complexo de pesquisa e/ou busca, criando um gacho de aventura interessante a ser explorado pelo mestre. Lembram-se das esferas do dragão? Uma campanha inteira pode se formar, baseada na procura por um artefato perdido ou uma magia secreta que permitirá a volta do amigo falecido.

Quem lembra de um anime chamado YuYu Hakusho? O personagem principal morre no primeiro capítulo! O inicio  da trama gira em torno da morte não planejada do terráqueo e a solução para que ele volte a vida  estará relacionada ao cumprimento de algumas missões para o mundo espiritual. Isso mostra que o retorno do mundo dos mortos não precisa  estar necessariamente ligado a uma magia ou item mágico, mas a certos elementos característicos do seu mundo de campanha.

Veja o mundo de Arton, na cidade de Triumphus, quem morre volta a vida, porém fica preso eternamente na cidade. A flauta de Crand é um item mágico poderoso que tem o poder de reviver os mortos, porém, as consequências disso são sinistras.


Esses são apenas alguns exemplos que podem servir de inspiração para explicar a morte temporária do personagem. Essa possibilidade não poderá ser algo banal ou sem algum fator dramático para a historia. Na série Supernatural, os irmãos Winchester, apesar de um certo exagero no vai e vem do mundo dos mortos, ao longo das temporadas, as coisas vão se complicando e os personagens acabam sendo consumidos pelas complexidades que surgem, por desrespeitar o ciclo natural da vida.

Se for o caso, aproveite a oportunidade e crie uma aventura baseada na morte de um ou alguns integrantes do grupo, fazendo com que o resto procure uma forma interessante de reverter essa situação.

Tenha em mente que morrer não é igual a dormir, então, não desvalorize esse momento permitindo que o grupo tenha acesso fácil a ressurreição. Quando os jogadores percebem que os personagens deles são virtualmente imortais, pois sempre poderão voltar fácil, a sua campanha perderá credibilidade e quando isso acontece, a tendencia é ocorrer a perda do interesse pelas suas histórias. Uma solução clássica para isso no D&D é a perda de um ponto de constituição permanente por "revive", como é complicado ganhar pontos de atributos durante a campanha, isso acaba inibindo os mais espertinhos que quiserem ficar colecionando "vidas" em cenários mais liberais quanto aos ciclos de vida e morte.E então, quantas vezes você já teve o mesmo personagem ressuscitado?

Sucesso decisivo a todos!





Um comentário:

  1. trocentas vezes ...mas sempre o mestre dá um jeito,inventa uma missão overpower pra ressucitar a pessoa que morreu, só que tvz o grupo inteiro morra... mas tem dão a opção.

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