Narrando - Encarando a morte do seu personagem

Perder o personagem faz parte dos jogos de interpretação , a morte é inevitável ,as vezes,  um mal necessário.Eu tinha me programado para falar desse assunto em um futuro não muito distante ,mas a pedido do seguidor  Will Sasaki , resolvi adiantar o assunto .Ao longo dos anos , tive contato com vários textos relacionados ao tema ,mas foi na prática que ganhei a experiência necessária para tomar as melhores decisões.


Existem várias formas de interpretação , mostrarei algumas formas de como encarar o fato do ponto de vista narrativo .Lembre-se que são orientações ,algumas delas você poderá usar de forma pura ou adaptar , criando as suas próprias ideias .O primeiro aspecto que eu quero abordar desse tema, está relacionado a forma como o jogador encara a morte do personagem .

Duas palavras devem guiar todo jogador de RPG , compromisso e renúncia.O senso comum diz que você não deve se importar com a morte do seu personagem, sempre é possível fazer outro e que tudo é apenas um jogo.Concordo em parte ,pois afirmo que essa forma de pensamento contribui para a banalização de alguns aspectos interpretativos envolvendo a ambientação do cenário e  transformando o player em um mero jogador de MMORPG.Contudo , não devemos nos apegar ao personagem a ponto de transformá-lo em um ídolo sagrado ,chorando convulsivamente ao perdê-lo ( já tive um jogador que de fato chorou ...com a morte de um Pokémon!).Acho que tudo isso pode ser resolvido com uma única atitude : MATURIDADE.

Criar um personagem é um processo influenciado pelo cenário e sistema de jogo .Cria-se um elo no momento em que você começa a fazer a ficha e essa relação ficará mais forte a medida que você avança na crônica .A maturidade no contexto lúdico refere-se a você saber equilibrar a empatia que você sente pela sua criação , valorizando-a da forma adequada.

Ter compromisso é você mergulhar no personagem , ver aquele mundo imaginário  como algo possível , comprar a ideia vendida pelo narrador .Essa premissa nos leva a várias outras abordagens dentro do role play ,mas aqui , vamos nos focar no assunto principal .Se você não está comprometido com a história , você acaba não fazendo parte dela de forma satisfatória , só porque a vida do personagem é imaginária , não significa que ela não tenha valor .

O jogador deve se envolver da melhor forma possível no enredo apresentado pelo mestre , criando empatia pelo personagem ,mas sem confundir realidade com ficção .O trauma causado pela perda  é ainda mais intenso ,quando o personagem acompanha o jogador por anos seguidos , nesse caso , já é quase da família, tornou-se um simbolo forte demais para ser simplesmente eliminado.Como eu já disse , é inevitável , um dia irá acontecer , isso não é motivo para desespero  ou depressão , no final das contas é apenas um jogo!Ninguém precisa gostar disso ,mas também não precisa transformar em tragédia, lembre-se que o RPG é diversão .

Essas são as primeiras considerações que quero expor ,antes de fato , compartilhar as formas como uso a morte no meu contexto narrativo.Entenda a maturidade como a junção dos dois conceitos que expliquei anteriormente, compromisso e renúncia .Ter compromisso demais , só causa  frustração e a renúncia em excesso banaliza o jogo.Lembre-se sempre, o segredo do sucesso é a moderação .

Partindo dessa premissa , na próxima postagem , irei comentar mais sobre esse assunto , passando algumas dicas de como usar a morte a seu favor (e não entenda isso como matar os personagens dos jogadores de forma tirânica =D  ), ajudando a incrementar a sua narrativa

Sucesso decisivo ao role play maduro!