(.....)Bento Vicente e Francis pararam com o trabalho quando ouviram o grunhido escapando da
boca de Lucas. Estáticos e espantados viram os olhos do trigésimo bento mudar de cor. Eram
como as brasas que queimavam os olhos dos malditos noturnos, mas em vez de vermelho
maléfico, os olhos emanavam uma luminosidade amarela viva. Era assustador. Contudo, as
estranhezas não terminaram. Num piscar de olhos, Lucas tinha desaparecido diante de seus
olhos e ressurgia duzentos metros a frente, a tempo de evitar que a flecha armada por um
maldito fosse disparada contra os trabalhadores. A espada zuniu com tamanha agressividade
que a cabeça do vampiro subiu dez metros antes de cair ao chão. Viram Lucas olhar para os lados, grunhindo como uma fera da escuridão, ameaçador. Quando o corpo do vampiro
desfaleceu sobre a pilha viram os olhos amarelos apagarem-se lentamente. Sinistro. Trocaram
(...)— Se ainda existem alguns vivos, por que não estamos daquele jeito, parecendo malucos?
— perguntou Lucas.
— Não sei. — respondeu Francis, enquanto descia a espada no pescoço de uma vampira,
que sofregamente levantou a mão tentando evitar o golpe. — Sei que quando estão assim,
moribundos, não ficamos descontrolados. Mas basta começarem a atacar... querem nos pegar...
— É isso mesmo, bento. Se os vampiros não atacam, não ficamos loucos. Sentimos o
cheiro. Sabemos que estão por perto. Mas, se um deles pensar em levantar o dedo para nos
pegar, pronto! Parece que o cão atiça a cabeça da gente e viramos marionetes assassinas de
vampiro. — completou Vicente. (.....)
(....)Assim que o vampiro líder gritou e tocou no chão, vindo de encontro à espada de Duque,
Lucas começou a sentir uma queimação interna. O cheiro fétido das criaturas entrava por suas
narinas, sugando-lhe o auto-controle. Lucas, com suor escorrendo da testa, abaixou a cabeça. A
mão segurou firme o cabo da espada. Um grunhido gutural formando-se em sua garganta. Abriu
a capa marrom e retirou o capuz, fazendo sua capa vermelha esvoaçar ao girar o corpo. O círculo
de vampiros em torno deles pareceu aguardar um segundo ao perceber mais um bento revelado.
Risos partiram da boca das feras. Dezenas delas estavam no chão. Mais um bom número ainda
empoleirado nas árvores. Os olhos do bento encheram-se de luz, emanando um espectro
amarelado. Lucas arrancou a espada da bainha provocando um chiado metálico. (....)
Imagine a capa de um Bento assim!
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